segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Sr Adir Buschmann - Seu Dico deixa as Gêmeas

Há 78 anos, nascia na cidade de Rio Negro, no Paraná, e criado no interior de Porto União, onde hoje é a cidade de Irineópolis, Adir Buschmann, o “Seu Dico”. O segundo filho de cinco irmãos, é formado em contabilidade e reservista do exército. Antes de voltar para Porto União, morou entre outras cidades, como Joinville, Curitiba, São Paulo, Florianópolis. Além de breves passagens por outras cidades de Santa Catarina, São Paulo e do Paraná.


Quando deixou a carreira militar, seguiu a profissão de contador dividida com a profissão de jogador de futebol. Ele jogou profissionalmente na cidade de Joinville, na extinta América. Uma lesão em seu joelho direito fez o atleta voltar para o escritório, mas não fez Seu Dico deixar o esporte. Foi nesse momento em que começou a nascer o triatleta. Sem poder jogar, ele começou a treinar ciclismo. “Era triatleta e não sabia, enquanto os outros jogadores no final do jogo estavam cansados, eu estava com todo o pique”, lembra.

Trabalhou primeiro na empresa de seu pai e depois em várias empresas, fixando-se em Porto União para trabalhar em uma firma de peças, a JoBrasil. Cerca de dez anos depois, comprou a parte de peças de bicicletas da empresa onde trabalhava, e com o nome Unisul abriu seu próprio negócio, que por 40 anos comandou até o final do ano de 2007.
Somente na década de 90, ele se tornou conhecido nacionalmente, quando começou a participar de várias provas de triatlhon pelo País e fora dele. Graças a um conselho de um amigo, que disse “aprenda a nadar bem e comece a participar de triatlhon”. Foi aí, aos 60 anos, que começou a pensar em fazer esse esporte.

Sua primeira participação no triatlhon foi a uma competição do Sesc, em Curitiba, em 1992, na qual conseguiu o terceiro lugar em sua categoria, com 60 anos de idade. Com um ritmo de treino de seis horas diárias, Seu Dico começa a participar de triatlhon pelo País afora, até que em 2001, conseguiu se classificar para participar da maior prova de triatlhon do mundo, realizada no Havaí, onde nasceu essa prova de resistência. “Consegui uma parte apenas do dinheiro necessário para viajar, a maior parte foi minha irmã e parentes que arrumaram. A passagem paguei a prestação”, lembra Seu Dico, que ficou dois anos pagando as contas dessa viagem.
Dessa viagem, ele recorda emoções e muitas histórias. Uma circular mal traduzida quase deixou Seu Dico de fora de sua primeira prova internacional. A roupa de borracha usada para a natação em mar aberto deveria ser com manga. “Por ser uma roupa muito cara, eu tinha apenas uma de manga curta, que ganhei do então governador de Santa Catarina Esperidião Amin, mas na hora conseguiu emprestada uma roupa com manga de um norte-americano que vendia as roupas no local do evento”, recorda. Ele alcançou uma boa colocação em sua categoria, na sua primeira participação do Ironman Havaí, na cidade de Kailua-Kona. Participaram daquela competição 1.500 atletas, sendo que 1.200 terminaram a prova, todos atletas profissionais. Na categoria em que Seu Dico competiu haviam 15 participantes. Na prova era preciso nadar 3.9 mil metros em mar aberto, percorrer 180 quilômetros de bicicleta e 42,2 quilômetros de corrida, enfrentando naquele ano um vento de até 90 Km/h. Em 2007 Seu Dico voltou a participar do Ironman, mas desta vez não conseguiu completar a prova, devido ao forte calor.

Mas a rotina de ver ele treinar nas ruas de Porto União e União da Vitória chegou ao fim. Segundo seu Dico, por insistência de familiares, ele se mudou para a cidade de Curitiba, no domingo, 01, onde já havia comprado um apartamento para morar com sua esposa e filho. “Já vi algumas ruas onde eu possa treinar lá em Curitiba”, falou. Mesmo morando na capital paranaense, Seu Dico garante que não deixará de representar e de levar o nome das duas cidades onde for. “Vou continuar a representar Porto União da Vitória, pois amo estas cidades”, afirma o atleta.

Outro hobby Seu Dico diz que não vai largar, é a confecção de rede de proteção para apartamentos, “em Curitiba não vou mais poder instalar, mas vou continuar fazendo as redes, eu sento na bicicleta ergométrica e vou fazendo a rede, este é meu hobby”, explica o atleta.


Texto e Foto: Jornal O Iguassu - 05/11/2009

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