terça-feira, 2 de março de 2010

Da Série: Louco não, sou triathleta!! Sesc


Sábado, dia 27 de fevereiro de 2010, acordo cedo e me preparo para o último treino de bike antes do SESC Triathlon 2010 Caiobá, que será minha primeira prova de Triathlon. Estou em Ituporanga, interior de Santa Catarina, visitando meus pais e aproveito para treinar bike devido as boas condições da estrada: menos trânsito e mais natureza. A idéia é fazer 60 km, sendo os 10 primeiros aquecendo, em seguida uma simulação da prova fazendo 20 km no gás e depois completar os 30 km restante tranqüilo, numa média 30 km/h.
O treino vai acontecendo conforme o previsto, os 10 primeiros km faço na média de 30 km/h e a partir de então começa a parte de maior esforço do treino. Os 20 km são completados com o tempo de 32 min. e 42 seg., o que dá uma velocidade média de 36,70 Km/h, melhor do que eu previa. Nesta etapa já estou em Rio do Sul, cidade que fica a exatos 27 km de distância da casa dos meus pais em Ituporanga e começo a retornar já no ritmo mais confortável. Quando faltam aproximadamente uns 15 km para chegar ao meu destino, estou passando pela pequena cidade de Aurora quando escuto o som característico de um furo no pneu dianteiro e o ar se esvaindo. Eu, no auge do meu amadorismo, estou a 15 km de casa, sem câmara reserva, sem bomba e sem celular. A única solução que me vem a cabeça é pedir para algum morador de Aurora o telefone emprestado, ligar para minha casa e esperar o resgate. Saio da bicicleta e começo a empurrá-la no asfalto até chegar a primeira casa e a primeira chance de resgate. Neste ínterim, avisto um ciclista com uniforme verde fosforescente vindo em minha direção. Ele chega até mim e eu conto da minha situação desastrosa. O nome do ciclista é Alan Grimm, mora em Rio do Sul e faz parte da equipe de Brusque de ciclismo. Com estas credenciais não preciso nem dizer que ele tem câmara reserva e bomba de ar, não é mesmo? Com a hospitalidade e simplicidade típica do povo do interior de Santa Catarina, Alan troca o meu pneu e permiti que eu siga para casa do jeito que eu preteria... pedalando. Como morava em Rio do Sul, o treino de Alan é o oposto do meu, ele iria até Ituporanga e voltaria para Rio do Sul, desta forma, além de resolver meu problema de pneu furado ainda tive um companheiro de pedal até chegar em casa.
Com certeza tirei alguns ensinamentos deste treino e também pude perceber valores universais que o esporte consegue tangibilizar de uma forma única e natural. Os ensinamentos são meio óbvios: Pedal solitário na estrada combina com câmara reserva e bomba de ar. Celular, dinheiro, capacete, roupa adequada e bebida isotônica completam a lista básica. Em relação aos valores, cito solidariedade para ajudar o próximo, seja quem for. Parece simples, mas quando olhamos em nossa volta, no dia-a-dia, no trânsito, no trabalho, na nossa própria casa, parece que falta um pouco disso. As vezes o individualismo, a despreocupação com o próximo e relações fria e longínquas são infelizmente mais encontradas. Não tenho dúvida que nossa sociedade seria muito mais progressista e harmônica se nos preocupássemos mais em ajudar o todo, fazendo ações simples, mas que quando feitas em massa conseguem transformar o cenário. Nada melhor que o esporte para fazer você aprender, refletir e colocar isto em prática...

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