quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Como funciona a tecnologia dos maiôs de natação?


Se as provas olímpicas femininas de natação ainda fossem baseadas nos costumes de 1890, as mulheres competiriam com collants inteiriços, shorts e vestidos curtos. Em 1907, porém, a estrela de cinema e atleta, Annette Kellerman, apareceu em uma praia usando uma “peça única” e mudando radicalmente a história dos maiôs. Talvez, sem ela, as mulheres ainda poderiam estar afundando como pedras na água. No mínimo, não estariam quebrando tantos recordes como ocorre atualmente. Na época, Kellerman chegou até mesmo a ser presa em função dos problemas que causou.

Por volta de 1970, porém, os nadadores passaram a acreditar que, reduzindo-se o material dos maiôs eles nadariam mais rápido. Foi a época em que apareceram as sungas masculinas. Já atualmente os maiôs estão novamente voltando às peças inteiras que cobrem praticamente todo o corpo – e mostram-se mais eficazes do que o próprio corpo do atleta.
Nos dias de hoje, os nadadores não ganham mais uma prova com uma piscina de vantagem e sim com apenas centésimos de segundos. Nos Jogos Olímpicos de Pequim, por exemplo, Michael Phelps ganhou de Milorad Cavid nos 100 m borboleta com uma diferença de apenas 0.01 segundo.

Os fabricantes estão mudando os materiais e formas, assim como estão trabalhando mais perto de cientistas que conhecem a dinâmica dos fluidos, a fim de tentar suprir essa preciosidade que é um “centésimo de segundo” na natação. As roupas agora são confeccionadas com muita tecnologia e moldadas em computadores. Mas no fim das contas, é difícil dizer o que faz realmente a diferença: a roupa, a pele, o treinamento ou a chance.
Quando a água trabalha contra você

Se você já tentou atravessar uma piscina e se viu extremamente ofegante, sabe o quanto é difícil nadar rápido. O que torna isso tão difícil? “A água com suas forças invisíveis o forçam para baixo”, diz Stephen Wilkinson, engenheiro de fluido mecânico da NASA. Essa quantidade enorme de fluidos que o empurram contra o próprio movimento é coletivamente chamada de resistência.

A força que o empurra de volta é chamada de pressão de resistência. Quanto mais você empurra pra frente, mais a água te empurra para trás. Se você não é nadador, pode já ter sentido esse tipo de resistência ao colocar o braço para fora da janela do carro, com a palma da mão voltada para o vento. O vento empurra sua mão para trás.

Ainda maior será a resistência se você nadar na superfície, ao contrário de nadar bem embaixo da água. Na superfície você desloca mais água que, por sua vez, acaba formando ondas na sua frente. “A todo momento você tentará estar a frente da onda, mas em função de problemas físicos, não conseguirá – não é possível ser mais rápido do que a onda”, diz Wilkinson. A parede de água criada, chamada de “resistência da onda”, adiciona pressão empurrando você de volta. Quanto menos você flutuar, maior será a parede, e pior será o tamanho da resistência da onda.

Uma fraca, porém, misteriosa força é a resistência de fricção sobre a pele. Quando você nada, gotas de água “grudam” no seu corpo e movem-se com você. Essa remanescência de água presa a você, deixa-o mais lento. Ainda pior é o redemoinho que isso tudo cria ao lado de seu corpo. Esses redemoinhos o deixam ainda mais lento. A resistência aumenta com a quantidade de superfície que está em contato com a água e com a quantidade de gotas d´água presa em você.

Se a superfície for do tipo “encrespada” (como o mar), um tipo de resistência que Wilkinson chama de resistência encapelada o deixa ainda mais lento. É difícil passar os dedos sobre um tapete com pelos altos e é difícil o vento passar entre árvores. Da mesma maneira, é difícil para a água passar pelos pelos de seu corpo. A água se agarra em você e diminui a velocidade de suas braçadas.

Fonte: www.uol.com.br

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